Tendo em conta que quadros psicopatológicos diagnosticados na idade adulta têm, muitas vezes, origem em problemáticas que não foram identificadas ou trabalhadas em idades precoces, os progenitores/cuidadores não devem adiar o investimento no bem estar das/os suas/seus filhas(os) menores sempre que se interrogarem se o comportamento demonstrado pela/o menor é normal e faz parte de um desenvolvimento saudável e equilibrado. As inquietações sentidas pelos pais podem, na grande maioria dos casos, ser facilmente desmistificadas quando se opta por contactar um especialista na área.

Se de um adulto se tratar, deve optar por agendar uma consulta de psicologia se considerar que alguma situação está a interferir com o seu bem-estar, seja a nível pessoal ou profissional. A frequência da consulta, irá permitir avaliar e trabalhar a sintomatologia evidenciada, ajudando o adulto a compreender o que está a vivenciar no momento presente, mas também dotando-o de estratégias capazes de promover a melhoria na qualidade de vida.

Os pais poderão ou não estar presentes em contexto terapêutico, de acordo com a problemática a trabalhar, a idade da/o menor e a facilidade da/o mesmo em confiar na/o terapeuta. Em qualquer das situações, a/o psicóloga/o irá trabalhar em “parceria” com os progenitores/cuidadores, não só para os dotar de estratégias que facilitem o processo de mudança necessário, mas também para discutirem em conjunto os progressos percecionados tanto em contexto terapêutico como em contexto familiar.

A explicação e linguagem utilizadas devem ser adequadas à idade da/o sua/seu filha/o. Normalmente, as crianças têm mais facilidade em aceitar a ida à consulta, tendo em conta que o contexto de intervenção deverá ser descrito como um contexto de “brincadeira”. Se, por outro lado, sua/seu filha/o se tratar de um(a) adolescente, deverá ser-lhe dito que um(a) psicóloga/o é uma pessoa com quem poderá falar abertamente sobre qualquer assunto, sem ter receio de ser julgada/o ou criticada/o por demonstrar a sua opinião pessoal. Se, apesar disso, sentir um comportamento resistente, incentive-a/o a frequentar a consulta apenas uma vez, garantindo-lhe que se não gostar tem a liberdade de não voltar.

Tendo em conta que o contexto familiar em que o menor se encontra inserido assume um papel de destaque no entendimento da problemática apresentada, todo este processo se inicia com uma entrevista minuciosa aos progenitores/cuidadores, onde serão recolhidas todas as informações necessárias que ajudem não só a compreender, como também a solucionar a questão em causa. Nesta entrevista, dependendo da problemática a trabalhar, poderá concluir-se se a consulta deverá incluir uma avaliação psicológica ou poderá consistir apenas em sessões de apoio psicológico.